Tarcísio desconversa sobre secretário de Segurança em SP que questiona lisura das eleições

Trending

Tarcísio desconversa sobre secretário de Segurança em SP que questiona lisura das eleições

Escolhido para pasta do governo do estado, Capitão Derrite tem compartilha teses infundadas sobre fraude

Porto Velho, RO -
O governador eleito Tarcísio de Freitas desconversou, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, o fato de seus aliados na equipe de transição questionarem as eleições e participarem de manifestações pedindo golpe de Estado.

Nomeado secretário da Segurança Pública na quarta-feira, o deputado federal Capitão Derrite (PL-SP), ex-comandante da Rota e apoiador do presidente Jair Bolsonaro, tem endossado em suas redes sociais teses golpistas segundo as quais teria havido fraude nas eleições. Não existe nenhuma comprovação ou indícido de irregularidade nas votações.

Derrite compartilhou no último mês prints de notícias relacionadas ao pedido do PL, partido do presidente da República, par anular as eleições de 2022. Ele mesmo escreveu no Twitter sobre o partido ter enviado uma representação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontando falsamente que Bolsonaro teria tido 51,05% dos votos. Na verdade, o presidente foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva por 49,2% contra 50,8%.

Já a ex-atleta Maurren Maggi, integrante do grupo temático da transição para o esporte, participou de atos golpistas nas últimas semanas. Em seu Instagram, ela fez uma publicação na qual defende que só se deve aceitar a derrota quando a disputa for "justa", em referência ao resultado das eleições, sobre o qual ela põe suspeição.

— Você já me viu alguma vez questionando eleição? Não, e nem vai ver — respondeu Tarcísio ao ser perguntado sobre o assunto.

Em seguida, ele afirmou que a nomeação para a transição de governo é uma "deferência" para quem o ajudou a estruturar o plano de governo durante a campanha eleitoral. Depois, tergiversou, explicando as prioridades da equipe de transição.

— Ninguém vai questionar as eleições. Agora a gente vai olhar para a frente — finalizou.


Desde o fim das eleições, há apoiadores de Bolsonaro nas ruas para tentar tumultuar as eleições. Inicialmente, eles bloquearam rodovias por todo o país. Após um pedido do próprio presidente para que eles desobstruíssem as estradas, os manifestantes se deslocaram para a porta de quartéis, onde muitos ainda se mantêm.

Em meio aos atos de rua, aliados do presidente tentaram interromper a transição democrática via TSE. Na representação apresentada à Corte, a coligação de Bolsonaro apontou um suposto problema em parte dos modelos de urnas eletrônicas utilizadas nas eleições, o que, segundo o documento, impediria a auditoria dos votos depositados nelas. Entretanto, especialistas afirmam que o problema apontado não impossibilita a conferência dos votos.

Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, negou um pedido do PL para invalidar parte dos votos do segundo turno das eleições e aplicou uma multa de R$ 22,9 milhões à legenda por litigância de má-fé — quando a Justiça é acionada de forma irresponsável.

Na última quarta-feira, o PL recorreu contra a multa. No pedido para a revogação da multa, a legenda argumenta que não teve a intenção de causar qualquer tumulto ao processo eleitoral brasileiro, "muito menos fomentar qualquer tipo de movimento ideológico".


Fonte: O GLOBO

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem