TRÂNSITO DE MERCÚRIO: Em fenômeno raro, Mercúrio ficará entre o Sol e a Terra nesta segunda

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TRÂNSITO DE MERCÚRIO: Em fenômeno raro, Mercúrio ficará entre o Sol e a Terra nesta segunda

Um fenômeno que acontece apenas 13 vezes em cada século poderá ser testemunhado na próxima segunda-feira (11): o chamado "trânsito de Mercúrio", quando o planeta fica perfeitamente alinhado ao Sol e à Terra. Quem perder esta oportunidade, só poderá conferir o evento astronômico novamente em novembro de 2032. Sua última ocorrência foi em maio de 2016.

O alinhamento, contudo, só poderá ser observado através de telescópios, devido ao tamanho reduzido de Mercúrio. Em Porto Alegre, interessados poderão conferir o fenômeno nos observatórios astronômicos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) —ambos têm atividades marcadas das 9h30min às 15h de segunda.

O Observatório Astronômico da PUCRS disponibilizará dois telescópios, das 9h30min às 15h, na Rua da Cultura do campus (Avenida Ipiranga, 6.681). O evento é gratuito e aberto ao público, e não é necessário realizar inscrições prévias. A equipe de astrônomos da universidade orientará os participantes. Em caso de chuva ou tempo nublado, o evento será cancelado.

O Observatório Astronômico da UFRGS, por sua vez, possibilitará o acompanhamento do fenômeno das 9h30min às 12h e das 13h às 15h de segunda, na cúpula e no terraço do prédio (Avenida Osvaldo Aranha, próximo à Praça Argentina). A observação será feita com um projetor acoplado em um telescópio.

Além da atividade prática, será oferecida uma palestra às 12h sobre o assunto. Caso as condições climáticas não permitam observar o céu, será disponibilizada a exibição do fenômeno a partir de sites astronômicos, contando com minipalestras sobre o evento.

O físico Claudio Bevilacqua, do Observatório Astronômico da UFRGS, relata que quem assistir ao fenômeno poderá conferir uma pequena bola (Mercúrio) se deslocando lentamente em frente ao Sol. A duração do trânsito é de cinco horas e meia, com início às 9h35min e fim às 15h04min. Ele alerta que mesmo usando telescópio, o espectador deve dotar o equipamento de filtros solares seguros, para conferir a atração sem queimar os olhos.

Conforme Bevilacqua, a observação dos trânsitos planetários era fundamental antigamente, quando não havia satélites, porque permitia aos cientistas alguns cálculos.

— Lá nos séculos 17 e 18, ao observar o tempo decorrido destes fenômenos, dava para estimar a distância entre a Terra e o Sol, por exemplo. O próprio Edmond Halley, ao calcular as órbitas dos cometas, previu a aparição do cometa Halley (em 1696) e descobriu que dava para estimar a distância da Terra para o Sol — lembra.

Hoje, com os satélites, já não é mais necessário fazer esse tipo de cálculo. Contudo, para além da importância científica histórica, a observação dos efeitos do fenômeno no disco solar ainda possibilita uma precisão maior dos astrônomos quanto ao tamanho e o tempo de órbita exatos dos planetas, de acordo com o físico do Observatório da UFRGS.

Os trânsitos planetários só podem ser testemunhados por nós, terráqueos, quando envolvem os únicos dois planetas mais próximos do Sol do que a Terra: Mercúrio e Vênus. Enquanto o fenômeno acontece 13 vezes por século com Mercúrio, a frequência em relação a Vênus é ainda menor — o último trânsito venusiano ocorreu em 2012 e só voltará a acontecer em 2117.

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