Distrito Sanitário Especial Indígena decidiu exonerar a chefe da Casai e afastar duas enfermeiras. Indígenas fizeram três protestos em menos de um mês.
Porto Velho, RO - Depois de protestarem pela terceira vez em menos de um mês pedindo melhorias no atendimento de saúde, indígenas entraram em acordo com os responsáveis pela Casa de Apoio a Saúde do Índio (Casai) de Porto Velho, nesta quinta-feira (28).
Depois de uma reunião que durou mais de uma hora, o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), encarregado pelas ações da Casai, decidiu atender alguns dos principais pedidos dos indígenas, como:
exoneração da chefe da Casai e
afastamento de duas enfermeiras.Segundo os indígenas, as profissionais que estariam tratando desrespeitosamente algumas pacientes. Há inclusive denúncias de agressões e perseguições.
"Nós vamos solicitar então à Secretaria Especial de Saúde Indígena que já na segunda-feira [2] que seja feita a exoneração da chefe da Casai. Nós temos a indicação de um outro servidor pra essa função", apontou o coordenador do Dsei, Ângelo Bernal.
Sobre o afastamento das enfermeiras, o representante do Dsei comentou que antes tinha sido acertado que elas não seriam punidas até que fosse concluído um processo de sindicância. Porém, uma nova medida foi definida nesta reunião.
Mulheres reivindicam melhorias na saúde oferecida pela Casai — Foto: Victória Ferreira/Rede Amazônica
"Nós fizemos o alinhamento de que elas não só não voltaram pra trabalhar aqui, como também não ficarão trabalhando no polo remotamente. Elas serão totalmente afastadas das funções na Casai e serão realocadas dentro do Dsei em outras funções, até que saia o resultado do processo de apuração".
Os indígenas se mostraram satisfeitos com o novo acordo e chegaram até mesmo a realizar um canto tradicional de benção junto ao coordenador do Dsei. Por enquanto as manifestações foram suspensas e eles esperam que as reivindicações sejam atendidas.
Entenda
Cacique indígena realiza um canto tradicional de benção junto ao coordenador do Dsei. — Foto: Victória Ferreira/Rede Amazônica
Em 1º de abril o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), responsável pela Casai, negou para a Rede Amazônica a falta de profissionais para atender as comunidades indígenas.
Segundo lideranças indígenas, após o protesto do dia 1º, ficou acordado que até o dia 6 de abril, as denúncias seriam analisadas e os indígenas teriam um retorno oficial do Dsei sobre o caso, mas as lideranças dizem que não receberam comunicado.
Por isso, os manifestantes retornaram ao local no dia 11 e novamente no dia 27.
Fonte: G1/RO
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