Governo de RO participa de audiência pública para discutir melhorias no sistema prisional
Sábado, 06 de setembro de 2025

Governo de RO participa de audiência pública para discutir melhorias no sistema prisional

O evento marca mais uma etapa na construção do Plano Estadual Pena Justa e busca diálogo aberto com sociedade civil e instituições para reestruturação do sistema penal

Porto Velho, RO - O governo de Rondônia participou, na terça-feira (17), de uma audiência pública realizada no auditório do Tribunal de Justiça do Estado, com o objetivo de discutir os desafios e propor soluções para o sistema prisional estadual. A iniciativa integra o processo de elaboração do Plano Estadual Pena Justa, que propõe um conjunto de ações voltadas à construção de um sistema penitenciário mais eficiente e seguro.

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), juntamente com instituições públicas, a sociedade civil, especialistas e familiares de pessoas privadas de liberdade, participaram do evento. A audiência pública teve como foco central ouvir diferentes vozes da sociedade para embasar a formulação de um plano efetivo, com soluções viáveis que reflitam a realidade do sistema penitenciário de Rondônia.

As discussões se concentraram em quatro eixos fundamentais, alinhados ao Plano Pena Justa, de abrangência nacional:
  • Controle da entrada e da ocupação de vagas no sistema penal;
  • Qualidade da ambiência, dos serviços prestados e da estrutura das unidades prisionais;
  • Processos de saída da prisão e reinserção social; e
  • Políticas de não repetição do Estado de Coisas Inconstitucional reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

PARTICIPAÇÕES

Com a colaboração do governo do estado, Ministério Público (MP-RO), Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF), Defensoria Pública do Estado (DPE), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Assembleia Legislativa de Rondônia (Ale/RO), Conselho Penitenciário, Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura (CPCT) e Secretaria de Estado de Finanças de Rondônia (Sefin), Rondônia tem promovido reuniões semanais para consolidar o plano estadual, que deverá ser apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) até o início de agosto de 2025. Para isso, vêm sendo realizadas rodas de conversa com a sociedade civil, disponibilizados formulários online, promovidos encontros regulares e aplicados questionários diretamente nas unidades prisionais, com o apoio da equipe técnica, a fim de colher contribuições dos próprios reeducandos. Esse método participativo busca garantir que o plano estadual represente fielmente as necessidades e potencialidades locais.

O desembargador Alexandre Miguel destacou o papel do evento: “Trata-se de um momento singular para o sistema penitenciário. Assumimos a responsabilidade de implementar um sistema penal justo, dentro de um projeto civilizatório que reconhece a dignidade humana. O Comitê de Políticas Penais de Rondônia tem trabalhado diariamente para isso. A sociedade precisa enxergar o sistema prisional como um espelho da própria realidade. Investir em educação, reintegração e políticas públicas é investir em segurança e na redução da reincidência criminal”, pontuou.

PRÓXIMOS PASSOS

As deliberações, opiniões e críticas colhidas na audiência pública terão caráter consultivo

As deliberações da audiência pública terão caráter consultivo e serão essenciais para subsidiar as decisões do Comitê. Espera-se que esse esforço conjunto contribua para a evolução das políticas penais do estado.

O secretário adjunto da Sejus, Ebenézer Moreira Borges, reforçou o compromisso da pasta com a construção participativa do plano. “Estamos ouvindo quem conhece o sistema penal de perto e queremos apresentar um plano estruturado e exequível, que reflita nossa realidade. Reintegração social é a chave para a mudança. Restaurar é devolver dignidade. Aqui em Rondônia, temos trabalhado constantemente na elaboração de um plano que reflita as realidades locais. Ouvir a sociedade é essencial. As unidades prisionais não podem ser apenas locais de punição, mas também espaços de transformação. Precisamos enxergá-las como ambientes de políticas públicas e de reintegração”, completou.

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