Irmãos e sobrinhas da vítima foram ouvidos pelos Promotores de Justiça
Segundo a família, Davi trabalhava como operador de caldeira e durante as folgas fazia renda extra vendendo pães e tapiocas no residencial onde morava. No sábado, ele saiu para comprar os materiais de que precisava para a venda dos alimentos e durante o retorno foi atropelado. Ainda de acordo com a família, a mulher que matou Davi fugiu sem prestar socorro e já havia se envolvido em acidentes de trânsito no mesmo dia.
Nesta sexta-feira (14/7) parentes e amigos da vítima se reuniram em frente ao edifício-sede do MPRO em uma manifestação pacífica pedindo a prisão da condutora do veículo. Durante o ato, os irmãos e sobrinhas de Davi Batista foram ouvidos pelos Promotores de Justiça Marcus Alexandre de Oliveira Rodrigues, Átilla Augusto da Silva Sales e André Luiz Rocha de Almeida, que atuam na área criminal no MPRO.
O Promotor de Justiça Marcus Alexandre, que coordena o Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ) explicou que desde o início o Ministério Público entendeu o caso como homicídio praticado com dolo eventual, ou seja, quando a pessoa assume o risco de matar alguém.
“Ainda na audiência de custódia percebi que houve um equívoco na lavratura do flagrante. Que o caso não se tratava do Artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro, mas sim de um crime doloso contra a vida, previsto no Código Penal no Artigo 121 e com base nisso eu pedi pela conversão da custódia dela em prisão preventiva. Não foi acatado pelo juiz naquele primeiro momento, mas as investigações continuam e, no meu entendimento, esse é um caso que precisa ser levado para o Tribunal do Júri. Essa não foi uma morte “sem querer”, culposa, mas uma morte mediante dolo eventual”, disse o Promotor de Justiça.
A partir de agora, assim que as investigações se encerrarem na Delegacia de Crimes de Trânsito e o Inquérito for concluído, o Ministério Público oferecerá denúncia para levar o caso ao Tribunal do Júri da Capital.
Davi deixa companheira com quem era casado há mais de 20 anos e uma filha de consideração em cuja criação ajudava.
“A gente, enquanto família, não aceita ela ter pago a fiança e ter sido solta, então viemos pedir esse apoio do Ministério Público para que a gente tenha Justiça. As palavras dos promotores aliviaram um pouco os nossos corações e a nossa indignação. A gente tem fé e confiança que as coisas vão se resolver”, comentou Caren Cristine da Silva Batista, uma das sobrinhas da vítima.
Fonte: Gerência de Comunicação Integrada (GCI)
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