Professores denunciam transtornos gerados pelo diário eletrônico do Novo Ensino Médio e jornada de trabalho excessiva

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Professores denunciam transtornos gerados pelo diário eletrônico do Novo Ensino Médio e jornada de trabalho excessiva

Durante a reunião, os docentes fizeram verdadeiros desabafos sobre o trabalho desenvolvido ao longo da pandemia, quando ficaram totalmente desassistidos pelo Poder Público que não procurou dar condições de trabalho para que eles pudessem atuar


Professores e professoras de diversos municípios do Estado participaram nesta quinta-feira (21/10) junto com a Direção do Sintero de reunião com a secretária adjunta da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Cristiane Lopes, e com os técnicos/as do setor pedagógico, para tratar sobre os problemas ocasionados em decorrência do diário eletrônico aos que estão atuando nas escolas-piloto do Novo Ensino Médio e pela jornada de trabalho excessiva, ocasionada principalmente pelo ensino híbrido.


Durante a reunião, os docentes fizeram verdadeiros desabafos sobre o trabalho desenvolvido ao longo da pandemia, quando ficaram totalmente desastidos pelo Poder Público que não procurou dar condições de trabalho para que eles pudessem atuar. Agora, com a implantação do ensino híbrido, a sobrecarga de trabalho tornou-se uma triste realidade, visto que eles passaram a atender nas modalidades presencial, remota e na entrega de materiais impressos. Além disso, continuam custeando despesas domésticas referentes ao pagamento de internet, energia elétrica e de materiais de expediente, sem contrapartida ou auxílio para esta finalidade. As dificuldades provocadas pela situação têm levado ao adoecimento físico e mental da categoria.


Outro assunto discutido foi em relação ao diário eletrônico dos professores/as que atuam nas escolas-piloto do Novo Ensino Médio. A Direção do Sintero pontuou que ainda em 2020, solicitou por diversas vezes da Seduc adequações, visando a simplificação do acesso à plataforma e, após muita insistência, chegou a garantir que algumas de suas reivindicações fossem atendidas. Entretanto, em 2021 a plataforma passou por novas alterações e, novamente, tais mudanças geraram transtornos aos docentes.

Na oportunidade, os professores enumeraram uma série de problemas do ponto de vista pedagógico, que seguem sem respostas pela Seduc e que tornam o trabalho inviável e insustentável se assim continuar. De acordo com eles, a reunião pode ser traduzida como um pedido de socorro. Por isso, clamaram pela intervenção imediata da Secretaria. Entre os questionamentos, mencionaram a falta de suporte pedagógico, excesso de plataformas virtuais, a confusão causada pela matriz curricular, ausência de formação, falta de material didático que auxilie na preparação das aulas, horário para planejamento insuficiente, falta estratégias de incentivo para os profissionais lotados nas escolas-piloto, entre outros.

De acordo com o relato dos professores/as, o Novo Ensino Médio foi imposto de forma desorganizada, com ferramentas que não condizem com a nova realidade, sem que houvesse preparação e estratégias atrativas para envolvimento tanto dos profissionais da Educação, quanto dos estudantes. Pelo contrário, o Novo Ensino Médio tem promovido grande evasão escolar e levado os docentes à completa exaustão.


“Sempre nos colocamos à disposição para fazermos nossas contribuições. No entanto, parecemos invisíveis aos olhos desta Secretaria e os problemas seguem se agravando cada vez mais”, disse um dos professores presentes na reunião.


Após ouvir todas as intervenções, a secretária adjunta e os/as técnicos/as da Seduc argumentaram que possuem ciência das situações descritas, mas que o Novo Ensino Médio também foi uma novidade para eles, sendo que as adequações pertinentes nas plataformas e, do ponto de vista pedagógico, estão sendo ajustadas mediante as demandas que são notificadas. Apesar disso, reforçaram que seguem a legislação vigente e que em breve devem encaminhar ao Conselho Estadual de Educação o documento referencial para aprovação, que possibilitará mais liberdade para que as escolas construam um modelo próprio, levando em consideração suas peculiaridades.


Os professores pontuaram de forma enfática de que não podem sofrer com as consequências da má organização da Seduc. Além disso, ressaltaram que estão tendo que refazer o preenchimento das informações contidas no Diário Eletrônico sempre que o mesmo passa por alterações, perdendo dados anteriormente documentados. Em resposta, a Seduc admitiu que houve problemas de comunicação com as Coordenadorias Regionais de Educação (CRE’s) e anunciaram que é dispensado preenchimento dos bimestres anteriores, uma vez que estes podem ser apresentados no registro impresso, como até então estava sendo feito.


Como encaminhamento da reunião, o Sintero construirá um documento com colaboração da categoria, com os pontos de reivindicação questionados e protocolará na Seduc. Uma nova reunião será marcada assim que a Seduc informar quais providências serão tomadas para minimizar os problemas elencados pelo sindicato.


“Essa abertura de diálogo é indispensável para nós. Pois, nossos trabalhadores precisam ser ouvidos com urgência. Há uma série de lacunas que devem ser preenchidas, outras necessitam de interferência imediata, pois ferem nossos direitos do ponto de vista legal, uma vez que nosso Plano de Carreira não está sendo respeitado. Enfim, estamos nos colocando à disposição para construir opções viáveis”, disse Lionilda Simão, presidenta do Sintero.











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